Monstruosidade

Menina é morta com facada no peito no Santa Cândida

A vizinhança da estudante Letícia Souza do Nascimento, 10 anos, ficou em choque na tarde de ontem (03). Alegre, brincalhona e estudiosa, ela foi encontrada morta dentro de casa, esfaqueada no peito. O primo da avó dela, Deivid Ribeiro Pinto, o “Coxa Branca”, 30 anos, se entregou à polícia à noite e confessou o crime. Ele já tinha tentando abusar sexualmente da garota, mas, mesmo assim, tinha a confiança da família.

Na casa da Rua Lourenço Volpi, no Santa Cândida, ela morava com a mãe, Jorgiane, e a avó, Lindamir. As mulheres saíam cedo para trabalhar, a mãe como promotora de vendas e a avó como atendente de um supermercado, e deixavam a criança sozinha até a hora do almoço, quando Letícia ia para a escola. Deivid passava os fins de semana na casa e tinha a chave da residência, onde passou a noite de domingo para segunda e ficou com a criança pela manhã.

Faca

Pouco depois das 14h30, a mãe chegou em casa e encontrou a filha ensanguentada na cama. Ela pegou a criança no colo e gritou por socorro. O Siate chegou rápido e os socorristas constataram que Letícia já estava morta. Uma faca serrilhada foi encontrada na cozinha, torta e quebrada, e foi recolhida para perícia. O delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Homicídios, explicou que Deivid não atendeu nenhuma ligação em seu celular e não foi para casa, no Jardim Aliança (Santa Cândida) e nem apareceu no trabalho, no Capão da Imbuia.

Abuso

Os familiares confirmaram que Deivid passou a mão na menina há algum tempo, tentando abusar dela. Foi expulso do convívio da família mas voltou, garantiu que nunca mais faria aquilo e ganhou o perdão da família. Ele geralmente trabalhava pela manhã. Mas ontem, não se sabe por qual motivo, trabalharia somente à tarde.

Vozes diziam pra cometer crime

Depois do crime, Deivid pegou um ônibus e seguiu até o centro de São José dos Pinhais. Sentou-se perto do módulo da Guarda Municipal e ficou lá por mais de uma hora. Por volta das 17h30, ele foi até o módulo, parou na frente dos guardas Marcussi e Cristina, estendeu as mãos e pediu para ser algemado.

Sem saber o que havia acontecido, os guardas estranharam a atitude do homem e pensaram que ele tinha problemas psicológicos.

Os guardas disseram que ele estava tranquilo e sem aparentar nenhum tipo de arrependimento, contou detalhes do crime. Ele disse que discutiu com a menina e ficou nervoso e cometeu o crime, porque ouvia vozes que o mandavam pegar a faca e matá-la.

Algemas

Deivid foi algemado e encaminhado para a delegacia do município. Segundo o guarda Kursh, no caminho, a mãe da menina ligou no telefone dele, e o guarda atendeu. Ele foi autuado em flagrante e transferido para a Delegacia de Homicídios.