Sangria

Orçamento da Arena da Baixada já estourou

Os custos da adequação da Arena da Baixada para a Copa do Mundo já superaram os R$ 200 milhões. Com base nos cálculos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que não financia mais que 75% do valor da obra – desde que ela não extrapole R$ 400 milhões -, o estádio atleticano não sairá por menos de R$ 234 milhões.

O valor também é confirmado no portal da transparência, site em que o governo federal publica todas as informações referentes às praças esportivas, infraestrutura e demais setores envolvidos na realização da Copa do Mundo. Segundo o que está detalhado no portal, as obras em si custarão R$ 200 milhões. Outros R$ 9.5 milhões serão gastos com o gerenciamento da obra, além de R$ 9.7 milhões em projetos. O governo também coloca como responsabilidade do clube os R$ 14 milhões que serão gastos na desapropriação dos terrenos no entorno da Arena da Baixada. A Prefeitura de Curitiba já informou que vai bancar os R$ 14 milhões, mas que o clube terá de pagar por isso, ainda que seja com outras benfeitorias e não em dinheiro.

O Atlético, através da Agência de Fomento do Paraná S.A, solicitou um financiamento de R$ 176 milhões ao BNDES. Isso representaria no máximo 3/4 do total dos custos – R$ 234 milhões, em valores de hoje. Essa quantia ultrapassa o que foi estipulado na primeira proposta apresentada por Mário Celso Petraglia, quando ganhou o direito de gerir as obras pela maioria do conselho deliberativo do clube, em julho do ano passado. Na ocasião, foi avaliado um teto de R$ 180 milhões, que não poderia ser ultrapassado pela Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada para o gerenciamento das obras. O montante já era de longe muito superior à estimativa inicial do clube, que previa custos de R$ 135 milhões.

Os detalhes de como a SPE fará para se manter dentro do orçamento estipulado não são apresentados pela entidade registrada na Junta Comercial do Paraná. Desde que foi eleito, o presidente Petraglia, que também comanda a SPE, não se posicionou mais sobre as obras. O site oficial não traz qualquer informação acerca do processo.

Durante a campanha, e após a posse, a nova diretoria afirmou que seria implantado um portal de transparência em relação às obras, com detalhes de todo trâmite, desde licitações a prazos cumpridos. Mas nem o cronograma das obras foi levado a público ainda.