Protesto contra a matança de cães

“Anualmente, cerca de 25 mil animais são sacrificados no Canil Municipal de Curitiba. Capturados pela carrocinha, eles passam alguns dias presos, em condições bastante precárias, e depois são levados para a câmara de gás. Dificilmente algum escapa da morte, mesmo que seja jovem, saudável ou uma fêmea esperando filhotes”.

As informações são do advogado e presidente da organização não governamental Clube das Pulgas, César Valeixo. Ontem de manhã, ele e representantes de outras entidades de defesa dos direitos dos animais, médicos veterinários, estudantes e simpatizantes realizaram uma passeata em favor do fim da matança de cães e gatos levado para o canil municipal. Eles saíram da Praça Santos Andrade e foram até a Boca Maldita. No caminho, conversaram com pedestres e distribuíram folders informativos. Algumas pessoas levaram seus animais de estimação.

Segundo César, a morte na câmara de gás é a solução que a Prefeitura apresenta para controlar os índices de natalidade dos animais abandonados na cidade. Porém, esta não é considerada a melhor solução. “Não adianta matar os animais, o que é uma crueldade. A melhor alternativa é realizar uma campanha constante de castração gratuita”, afirma.

A campanha realizada anualmente pela Prefeitura, na qual clínicas veterinárias cadastradas passam a oferecer serviços de castração por preços promocionais, também foi criticada. “A Prefeitura realiza esta campanha uma vez por ano e os animais estão sempre se reproduzindo. Atualmente, uma castração de cães e gatos custa, em média, entre R$ 150,00 e 200,00. No período de campanha, as clínicas fazem a cirurgia por valores que geralmente variam de R$ 60,00 a R$ 80,00. Quem se favorece com isso é a classe média, mas a população mais carente continua sem condições de desembolsar o dinheiro para castrar seus animais de estimação”, diz.

César conta que em algumas cidades do País, como Guarujá, em São Paulo, a castração gratuita já é oferecida e as atividades da carrocinha passaram a ser bem menos intensas. Ele também propõem que o canil municipal passe a realizar campanhas de adoção de seus animais, incentivando as pessoas a levá-los para casa e tê-los como um amigo da família. “Estima-se que, hoje, existam cerca de 98 mil cães abandonados em Curitiba. Concordo que, sem tratamento, eles podem transmitir uma série de doenças ao ser humano. Porém, não é matando estes animais que o problema de saúde pública vai ser resolvido”.

A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Prefeitura de Curitiba para conversar com responsáveis pelo canil municipal e ouvir suas versões sobre as denúncias feitas pelos manifestantes.

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