Desperdício de alimentos é preocupante no Brasil

Em casa, na feira, no supermercado. Poucas pessoas têm a completa consciência sobre o possível desperdício de alimentos que protagoniza diariamente e quais as maneiras de evitá-lo.

Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais alimentos do que come.

Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do País, o cidadão consome 35 quilos de alimento por ano, ou seja, dois quilos a menos do que o total que é jogado no lixo.

A média de desperdícios no Brasil está entre 30% e 40%. Nos Estados Unidos, esse índice não chega a 10%.

Estima-se que em restaurantes, o índice de desperdício chega a 15% e nos domicílios, a 20%.

A conscientização contra o desperdício de alimentos começa antes mesmo do seu preparo. Definir previamente os pratos que irão compor o cardápio semanal e fazer uma lista com os ingredientes que precisará contribuem para melhor nortear o consumidor no ato da compra.

“A escolha de alimentos como frutas, legumes e hortaliças, sempre que possível, deve se realizar sem o contato manual. Desta maneira, o produto será preservado por mais tempo”, orienta a nutricionista Luciana Serra, gerente de qualidade da Nutrin Alimentos.

Consciência

Ao preparar as refeições, é interessante calcular o número exato de porções para quantidade de pessoas que irá ingeri-la. Isso evita sobras e descartes desnecessários. A utilização completa dos alimentos também implica atenção.

Muitas folhas, talos e cascas, podem enriquecer pratos como sopas, risotos, tortas, sucos. De acordo com a especialista, é só usar a criatividade e reutilizar as sobras da refeição na composição de bolinhos e croquetes ou mesmo recorrer ao congelamento evita o descarte dos alimentos.

As verduras e os legumes também podem ser congelados. Para isso, basta mergulhar os vegetais em água fervente e, assim que a água voltar a borbulhar, imergir os alimentos em um recipiente com água gelada.

Por mais prazeroso e simples que seja, o próprio ato da refeição se configura um exercício de consciência. Ser comedido ao se servir e mastigar o alimento lentamente permite maior controle sobre a saciedade e dificulta a perda de comida na forma de resto.